sábado, 1 de setembro de 2012

olá caros seguidores...

boa noite!

Segue um artigo publicado em 25 de agosto de 2012 no jornal O IMPACTO de Mogi Mirim.

beijos a todos


Dança Flamenca

 

 

        A dança flamenca é uma dança espanhola, de origem cigana e moura, com influências de árabes e de judeus. A cultura do flamenco formou-se na região da Andaluzia, sul da Espanha.

        Muitos detalhes do desenvolvimento do flamenco na história da Espanha foram perdidos. Primeiro, porque ocorreram tempos turbulentos dos povos envolvidos na construção do flamenco, pois os mouros, os ciganos e judeus foram perseguidos pela inquisição espanhola. Segundo, porque os ciganos possuíam uma cultura oral e as suas músicas eram passadas às novas gerações através da convivência em comunidades fechadas. Terceiro, porque durante muito tempo o flamenco não foi considerado uma forma de arte valorizada, sobre a qual se deveria escrever.

        E foi numa situação social e economicamente difícil que as culturas musicais de judeus, ciganos e mouros iniciaram sua fusão, visto que estes se refugiaram em regiões rurais para escaparem das perseguições. O estilo de cantar dos mouros, expressando sua vida difícil da Andaluzia, traduzia-se numa espécie de lamúria, como nas histórias sobre o blues. Muitas das músicas flamencas ainda hoje refletem um espírito desesperado, a luta, a esperança e o orgulho desses primeiros povos que a formaram, por isso é tão presente a dramaticidade e a força nessa manifestação artística.

        A base da dança flamenca é o sapateado, realizado com sapatos específicos. No solado desses sapatos ou botas, existem cabeças de prego redondas superpostas, localizadas na região das pontas dos pés e no salto, emitindo um som seco e característico, evidenciando um ritmo.

         O sapateado flamenco é executado sobre piso de madeira, sendo que quanto maior a altura dessa madeira, mais alto fica o som emitido. É uma verdadeira percussão com os pés, e exige técnica apurada, muito treino para adquirir a velocidade com que é dançada pelos dançarinos espanhóis.

        Atualmente é praticado pelo mundo inteiro, e existem exímios dançarinos e dançarinas aqui no Brasil. O centro mundial do flamenco é na Espanha, e tanto homens quanto mulheres o praticam. Os homens conseguem atingir muitas vezes velocidades superiores nesse sapateado, por sua própria natureza de gênero.

        Normalmente os dançarinos são bem magros, com corpos similares a de praticantes de corrida, devido ao treino do sapateado ser extremamente aeróbio, fazendo perder calorias. Isso ocorre quando a dança atinge um estágio mais avançado.

        Utilizam palmas e percussões no corpo em alguns momentos da dança, muita expressão facial e movimentos de braços com técnica específica. Seguem um ritmo determinado, podendo ser este através da guitarra flamenca, como denominam o violão utilizado para tocar a música flamenca.

        Um dos músicos de flamenco mais conhecidos da atualidade é Paco de Lucia, guitarrista que toca tanto o flamenco tradicional e clássico como o contemporâneo.

        O flamenco trabalha força de membros superiores e inferiores. O sapateado forte causa certo impacto nas articulações, exigindo saúde tanto em joelhos como em tornozelos para praticá-lo.

        É uma verdadeira catarse emocional, uma terapia, elevando a autoestima e expressando muita força. Belíssima arte.

 

Parênteses: Na próxima coluna, ainda continuo com dança. Há o que falar sobre esse tipo de cultura corporal libertária... A prática da dança exige disciplina, mas permite uma amplitude maior de movimentos, e isso liberta. Liberta o corpo dos movimentos mecânicos e padronizados da maior parte de nossas atividades cotidianas. Tenham todos um fim de semana livre, leve e solto! Abraços, Sandra K.

 

Sandra Kussunoki é mestre em ciências da motricidade pela UNESP/Rio Claro, educadora física, engenheira química (UNICAMP) e professora de danças (ventre, salão e flamenco). Escreve aos sábados essa coluna.

sábado, 14 de abril de 2012

Dança X Mal de Parkinson

Boa tarde pessoal!

Artigo publicado nesse sábado no Jornal "O Impacto" de Mogi Mirim.

boa leitura e beijos a todos


Que a dança tem realmente seus efeitos terapêuticos ninguém mais duvida. Agora, de acordo com uma pesquisa liderada por um cientista britânico, Peter Lovatt, esses benefícios vão bem além do bem-estar, podendo atuar para reduzir os efeitos mentais degenerativos causados pelo Mal de Parkinson, doença que já atinge mais de 4 milhões de pessoas pelo mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

        Esse estudo foi divulgado ano passado. Conhecido como Dr. Dance, Peter Lovatt é um ex-dançarino profissional com doutorado em Psicologia pela Universidade de Cambridge e especialização em Psicologia Cognitiva. Ele é o coordenador do Laboratório de Psicologia da Dança na Universidade de Hertfordshire, no centro-leste da Inglaterra.

        Em entrevista, esse pesquisador disse que já existem outros estudos relatando a dança como auxílio nas questões de mobilidade e equilíbrio dos portadores de Mal de Parkinson, mas a novidade nas descobertas dessa sua pesquisa é a sua influência no aspecto cognitivo, evidenciada no processo do pensamento divergente, para o qual é necessário conseguir mais de uma solução apropriada para um mesmo problema. Ele afirma que a dança é melhor do que o exercício tradicional para melhorar esse processo nessas pessoas.

        Em um trabalho de três meses com grupos de pacientes, este laboratório de pesquisas obteve resultados interessantes sobre os efeitos cognitivos. Formas de dança com improvisação influenciaram positivamente o pensamento divergente, conforme já exposto, e formas estruturadas de dança com técnicas específicas, como o tango, tiveram efeitos sobre o pensamento convergente – ou o que busca uma solução única para um problema apresentado. Para esse último caso, Lovatt encontrou resultados de redução no tempo empregado para a solução de problemas após a prática de apenas 15 minutos de dança.

        Ele continua seu discurso, relatando que observou o mesmo tipo de resultado também com pessoas saudáveis:

Imagine se isso pudesse ser aplicado nas escolas, desde cedo, por exemplo, alternando o tempo em que os alunos ficam sentados com uma movimentação corporal, e em especial a dança. Ainda não sabemos como, mas está claro que a dança tem influências nos processos neurais. No caso do Parkinson, por exemplo, os cérebros que têm a doença podem estar desenvolvendo caminhos alternativos em função da dança, driblando as partes afetadas”, explica o cientista.

        Nas suas afirmações, ele diz que se faz necessário ampliar o corpo de estudos científicos sobre dança, assim como existem estudos sobre o efeito dos demais tipos de exercícios sobre a saúde e o corpo de seres humanos. Concordo plenamente.

        A dança é uma parte importante na história da humanidade, e as evidências já encontradas sobre a sua ação preventiva e curadora em relação às mais diversas doenças, somados aos seus efeitos positivos tanto sobre o desenvolvimento cognitivo quanto sobre habilidades físicas tais como equilíbrio, coordenação motora, postura, tônus e flexibilidade, são motivos de sobra para que todos prestem mais atenção a esta arte e atividade física.

       

Parênteses: nessa semana, em 11 de abril, tivemos o dia mundial do combate ao Mal de Parkinson. Diversos eventos elucidativos foram programados pelo mundo inteiro, informando sobre sintomas, prevenção, combate e tratamentos convencionais e alternativos. Um bom fim de semana a todos. Sandra K.



Sandra Kussunoki é mestre em ciências da motricidade pela Faculdade de Educação Física da UNESP/Rio Claro, educadora física, engenheira química pela UNICAMP e professora de danças (ventre, salão e flamenco). Escreve aos sábados essa coluna.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Atividades Rítmicas e Expressivas

Estou muito grata por ter a oportunidade de ministrar a disciplina de Atividades Rítmicas e Expressivas na UNESP - Rio Claro esse semestre. Graças a Deus, passei no concurso!

Essa disciplina foi ministrada na época da minha graduação, por minha orientadora do TCC, Cátia Mary Volp (in memorian).

Muito respeito eu tive sempre por ela, muita gratidão, por tudo que aprendi, e ela foi pra mim um grande exemplo como orientadora. Se um dia eu for um décimo dela está ótimo.

E agora, arregaçar as mangas e ir para o trabalho!

Alunos universitários me esperam, a partir de março!

Estou muito ansiosa para começar e muito feliz também. Um desafio e a realização de um sonho.

grande abraço a todos
Sandra