Expectativa de vida maior com 15 minutos de exercícios diários

Artigo publicado em 16 de outubro de 2011 na coluna "Corpo em Movimento" do jornal O IMPACTO de Mogi Mirim - SP

Pesquisadores de Taiwan concluíram que apenas quinze minutos diários de exercícios físicos reduzem o risco de morte em 14%, e aumentam a expectativa de vida em três anos. Publicada em 15 de agosto último na revista “The Lancet”, essa pesquisa contou com mais de 400 mil participantes que foram acompanhados por 8 anos em média, no período entre 1996 a 2008.

            Os pesquisadores foram liderados pelos médicos Chi-Pang Wen e Jackson Pui Man Wai, do Instituto Nacional de Pesquisa da Saúde de Taiwan e da Universidade Nacional de Esporte de Taiwan, respectivamente. A finalidade desse estudo foi averiguar se a duração dos exercícios menor que os 150 minutos semanais recomendados antes dessa pesquisa ainda poderia ser benéfica para a saúde.

            Os médicos canadenses Anil Nigan do Instituto do Coração de Montreal e Martin Juneau, da Universidade de Montrela, assinaram um comentário sobre o estudo, afirmando que saber que apenas 15 minutos diários de exercício já reduzem substancialmente o risco de morte de um indivíduo pode motivar um número maior de pessoas a aderir a alguma atividade física diária, facilitando que uma ou mais práticas escolhidas possam ser inseridas em suas rotinas.

            Esse conhecimento faz com que afirmações como “prefira a escada ao elevador”, ou “ faça uma caminhada após o almoço”, ganhem muito sentido.

            Para quem pratica atividade física visando perder peso, na realidade para atingir um padrão corporal considerado perfeito atualmente, ou seja, magro, sarado, definido – o tempo de exercício a prescrever depende da exigência própria de cada um.

No entanto, se o enfoque for realmente a saúde, os resultados dessa pesquisa podem mesmo animar uma grande parte de indivíduos sedentários a iniciar alguma prática qualquer, seja esta uma caminhada, ou fazer uma esteira, andar de bicicleta, e até mesmo sair para dançar, entre outras coisas. Fica mais fácil de imaginar a si mesmo mantendo uma atividade diária de 15 minutos, já que não se requer um enorme esforço inicial para isso.

            Este, assim como os demais exemplos já expostos nessa coluna, também é um possível caminho para uma maior qualidade de vida.

Mesmo pouco exercício faz bem à saúde, é o que apreendemos desse estudo de Taiwan. Alguma atividade física (diária) é melhor que nenhuma. E na verdade, se puder praticar pelo menos um pouco mais que o mínimo, melhor.

A dica é seguir orientações de bons profissionais da área.





Sandra Kussunoki é professora de danças (ventre, salão e flamenco), educadora física, engenheira química (Unicamp) e mestre em ciências da motricidade pela Faculdade de Educação Física da UNESP/Rio Claro. Escreve aos domingos essa coluna.

(Parênteses: mas também não tem essa de quanto mais, melhor. É bom ter um equilíbrio nas escolhas. Se você não for um atleta, não precisa exagerar. Alguns tipos de exageros chegam a ser patológicos, cuidado com isso. Já está comprovado que o esporte de alto rendimento provoca lesões, pois leva o indivíduo a experimentar situações extremas, colocando seu corpo físico em risco, na tentativa de alcançar metas e bater recordes sempre. Cada um escolhe seu caminho, diante das opções e informações disponíveis. Em minha opinião é sempre bom ter consciência do que se quer para si e aonde pode chegar com seu estilo de vida. Sandra K.)