Artigo publicado em 2 de maio de 2015 no jornal "O IMPACTO" de Mogi Mirim, na coluna CORPO EM MOVIMENTO sobre saúde e bem-estar
Você
alguma vez já se perguntou: o que eu tenho que fazer para meditar? Ao final
desse artigo vou dar uma dica de um dos tipos de meditação. É sempre bom
encontrar um local tranquilo, que fique o máximo possível livre de ruídos. Pode
ser na sua casa, ou na natureza.
Cada vez
mais estudos são publicados sobre a meditação, que vem demonstrando ser uma
prática extremamente eficaz nos tratamentos de stress e insônia, além de
reduzir o risco de ataques cardíacos e até mesmo melhorar a resposta do
organismo a tratamentos contra o câncer.
A verdade
é que fechar os olhos, parar de pensar e concentrar-se somente no presente não
é uma tarefa fácil no início. Chega uma tormenta de pensamentos a todo
instante, e nesse nosso mundo contemporâneo, veloz e cheio de atividades -
aliás, cada vez mais enchemos nossa lista diária de atividades - parece uma
utopia conseguir brecar esse processo. Mas há quem consiga.
Estudos
relatam que os benefícios da meditação são muitos, e vão bem além do relaxamento.
Por meio de ressonância magnética e tomografia, cientistas americanos da
Universidade de Oregon comprovaram que a meditação altera o funcionamento de algumas
áreas do cérebro, o que acaba influenciando positivamente no equilíbrio geral
do organismo.
O que veio
a tona com essas pesquisas é que esta prática estimula a atividade do córtex
cingulado anterior (área ligada à atenção e concentração), do córtex
pré-frontal (ligado à coordenação motora) e do hipocampo (que armazena a
memória).
Atualmente,
os estudos sobre meditação se relacionam mais comumente a seis áreas: redução
do stress, melhoria do sistema cardiovascular, insônia e distúrbios mentais,
alívio da dor, reforço do sistema imunológico e melhoria na concentração.
Quanto ao
stress, a afirmação é a de que meditar pode ser mais repousante do que dormir.
Indivíduos que meditam há mais de dez anos, todos os dias, apresentam uma redução
na produção de adrenalina e cortisol, hormônios que estão associados à
ansiedade, déficit de atenção e à hiperatividade. Além disso, experimentam uma
elevação na produção de endorfinas, que trazem a sensação de felicidade e
prazer. Essa alteração hormonal foi observada por pesquisadores do Davis,
Center for Mind and Brain, da Universidade da Califórnia. Outro estudo, nessa
mesma universidade, mediu o acúmulo de gordura nas artérias de 30 pessoas com
pressão alta. Metade dessas pessoas meditaram por 20 minutos, duas vezes por
dia, durante 7 meses, e a quantidade de gordura reduziu significativamente. Já
no grupo controle, que não meditou, a quantidade de gordura permaneceu
inalterada.
A
meditação não se resume a uma técnica, existem várias. Estas diferem na duração
e no método, que pode ser em total silêncio, ou entoando mantras, por exemplo.
É interessante encontrar um grupo, ou um mentor para iniciar a prática, pois
dessa forma consegue-se uma orientação para seguir.
Normalmente,
o objetivo inicial da meditação é silenciar a mente, nada mais. E o que quer
que seja que venha, além disso, virá por acréscimo. É lucro. Independente de qual técnica que vá ser
empregada, o que importa é que haja continuidade. A indicação é que a meditação
seja praticada diariamente, pois dessa maneira é que podem ser alcançados os
demais benefícios.
Dicas de
uma das técnicas: 1) encontre um lugar silencioso, e onde não vá ser
perturbado; 2) sente-se com a coluna ereta e feche os olhos; 3) concentre-se na
própria respiração, porém inspirando e expirando normalmente, sem tentar
controlar. Apenas observe; 4) ao observar a respiração, vai constatar que ela
muda naturalmente. Não tente controlar esse processo, novamente: apenas
observe; 5) pode ser que você se desconcentre de vez em quando, pensando em
outras coisas ou prestando atenção a ruídos externos. Se isso acontecer, desvie
a atenção para a respiração; 6) pratique essa técnica por 10 a 20 minutos
seguidos.
Para quem
quiser se arriscar, tenha uma boa meditação!
Parênteses:
Com a prática da meditação, o que também pode vir por acréscimo, além dos
benefícios físicos, é a paz de espírito e uma maior intuição. Tranquilidade e
clareza nas decisões diárias é algo desejável não só atualmente, mas desde
sempre. Talvez por isso a meditação seja uma prática milenar que permanece viva
até os dias de hoje. Desejo um excelente final de semana a todos! Abraços, Sandra
K.
Sandra Kussunoki é mestre em ciências da motricidade e educadora
física (UNESP/Rio Claro), engenheira química (UNICAMP), professora de
dança e terapeuta holística. Escreve aos sábados essa coluna. (sandrakussunoki@gmail.com)
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